BRASIL
E ESTADOS UNIDOS
FORMAS
DE GOVERNO (1808-1889)
Em
ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o conjunto de
instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de
exercer o seu poder sobre a sociedade. Tais instituições têm por objetivo
regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício, inclusive o
relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais membros
da sociedade (os administrados). Há de se considerar que cada sociedade é única
em muitos aspectos e funciona segundo estruturas de poder e sociais
específicas. Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas formas de
governo quanto há sociedades.
Em
1808, houve o Bloqueio Continental que foi imposto pela Inglaterra onde
determinou-se que a família real lusitana viria a sua colônia defender-se das
ameaças napoleônicas. A instalação do governo de D. João VI no Brasil provocou
a transferência da capital do Império de Lisboa para o Rio de Janeiro e o fim
da condição colonial, fato reconhecido de direito, em 1815, quando o Brasil foi
elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves, o Brasil deixava de ser Colônia de
Portugal.
Na
altura de 1808, nos Estados Unidos da América, o país com o primeiro regime
Republicano do mundo moderno, o atual presidente era Thomas Jefferson e sua
capital já era Washington, Distrito de Columbia. Desde 1787, após a aprovação
da Constituição dos Estados Unidos, que foi a sua primeira e, até hoje, única
Constituição, essa se tornou a lei fundamental do país e estabeleceu a forma
federal do Estado, os órgãos de poder, as suas competências e forma de
funcionamento.
A
Constituição de 1787 exprime um meio-termo entre a tendência estadista
defendida por Thomas Jefferson, que queria grande autonomia política para os
Estados membros da federação, e a tendência federalista que lutava por um poder
central forte. O Presidente dos Estados Unidos é eleito pelo período de quatro
anos pelos cidadãos eleitores num sistema em que os candidatos não ganham
diretamente pelo número absoluto de votos no país, mas dependem da apuração em cada Estado, que manda
para uma espécie de segunda eleição votos em número proporcional a sua
população para o vencedor em seu território. Duas casas compõem o Congresso: a
Câmara dos Representantes, com delegados de cada Estado na proporção de suas
populações; e o Senado, com dois representantes por Estado. O Congresso vota
leis e orçamentos. O Senado vela pela política exterior principalmente. Um
Tribunal Supremo composto por juízes indicados pelo Presidente e aprovados pelo
Senado resolve os conflitos entre Estados e entre estes e a União, garantindo a
supremacia da Constituição Federal em relação às Constituições estaduais e as
leis do país. A Constituição dos Estados Unidos prevê um sistema de alterações,
por intermédio de Emendas, tendo ao longo dos anos sido aprovadas um total de
27. As 10 primeiras são designadas por Bill
of Rights por conterem os direitos básicos do cidadão face ao poder do
Estado. Como disse o juiz Warren Burger, que por mais tempo presidiu a Suprema
Corte americana:- "A Constituição representou não uma concessão de poder
dos governantes aos governados - como o Rei João sem Terra concedeu a Magna Carta em Runnymede em 1225 - mas
uma delegação de poder feita pelo povo ao governo que criou.".
Em
1800 Thomas Jefferson havia sido eleito Presidente dos Estados Unidos, tendo
sido reeleito em 1804. A
ideologia político-social de Jefferson era um fraco governo centralizado, e
politicamente democrático e balanceado, bem como ampla liberdade aos habitantes
do país. Este ideal ficou conhecido como democracia
jeffersoniana.
Já
em 1824, no Brasil, finalizou-se o texto da Constituição. A constituição
imperial determinava um modelo centralizador, com o Imperador nomeando os
presidentes de províncias e estas usufruindo de escassa autonomia. Previam-se
quatro poderes: o Legislativo, com senado vitalício e o deputado durava quatro
anos; o Executivo, representado pelo conselho de ministros presidido pelo
Imperador; o Judiciário, composto por ministros nomeados e demitidos
diretamente pelo Imperador e o Moderador, este exclusivo do imperador. D. Pedro
tinha o direito de intervir em todos os demais poderes. Determinava-se ainda
que a religião católica fosse a oficial e que a representação política teria
caráter censitário, podendo votar eleitores com determinada renda.
Em
07 de abril 1831, o imperador abandonava o trono brasileiro, deixando-o para o
seu filho. Depois da abdicação, o poder político no Brasil ficou dividido em
três grupos diferentes, que dominaram a vida pública brasileira até 1834 que
foram: Grupo dos Restauradores, Grupo dos Moderados e Grupo dos Liberais
Exaltados. Foi uma época de instabilidade política, com diversas revoluções
provinciais.
Nos
Estados Unidos, ao longo das primeiras décadas do século XIX, a migração em
massa e intensa industrialização fizeram com que o poderio do Norte crescesse
economicamente e ampliasse politicamente sua participação no governo. Grandes
tensões políticas e sociais desenvolveram-se entre o Norte e o Sul. Então, no
ano de 1861, ocorreu a Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana. Em 1861,
ano do início da guerra, o país consistia em 19 estados livres, onde a
escravidão era proibida, e 15 estados onde a escravidão era permitida. Em 04 de
Março, antes que Lincoln assumisse o posto de presidente, 11 Estados
escravagistas declararam secessão da União, e criaram um novo país, os Estados
Confederados da América. A guerra começou quando forças confederadas atacaram o
Fort Sumter, um posto militar americano na Carolina do Sul, em 12 de Abril de
1861, e terminaria somente em 28 de Junho de 1865, com a rendição das últimas
tropas remanescentes da Confederação. O Sul, após o final da guerra, foi ocupado
por forças americanas. A economia da região então estava completamente
destruída. O período que se estende do final da guerra até 1877, quando as
últimas forças americanas desocuparam o Sul, é conhecido como Reconstrução.
Em
15 de novembro de 1889 ocorreu a Proclamação da República Brasileira, que foi
um levante político-militar e que instaurou a forma republicana federativa
presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional
parlamentarista do Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania
do imperador dom Pedro II. Foi, então, proclamada a República dos Estados
Unidos do Brasil. Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um governo provisório
republicano. Faziam parte, desse governo, organizado na noite de 15 de novembro
de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república e chefe do
Governo Provisório; o marechal Floriano Peixoto como vice-presidente; como
ministros, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiúva, Rui
Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo
Wandenkolk, todos membros regulares da maçonaria brasileira.
Nos
Estados Unidos, mesmo com o advento da Guerra Civil Americana (1861-1865) que
causou a morte de cerca de 970 mil norte-americanos, dentre outros
acontecimentos, a Constituição dos Estados Unidos da América, que foi
estabelecida em 1789, conseguiu conservar-se vigente no país.
RELIGIÃO
NO BRASIL E ESTADOS UNIDOS (1808-1889)
Religião
é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que
estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus
próprios valores morais. Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e
histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida ou explicar a sua origem
e do universo. As religiões tendem a derivar à moralidade, a ética e as leis
religiosas ou um estilo de vida preferido de suas ideias sobre o cosmos e a
natureza humana.
O
protestantismo chegou ao Brasil por intermédio das invasões francesa
(1555-1567) e holandesa (1630-1654), que representaram duas tentativas de se
criar colônias protestantes por aqui. No entanto, ambos os invasores foram
expulsos por Portugal (então metrópole da colônia brasileira e um país
essencialmente católico).
É
a partir de 1808 que o protestantismo começa a criar suas primeiras raízes no
Brasil. A vinda da Corte portuguesa (1808) e as pressões exercidas pela
Inglaterra, forçando a assinatura de alguns tratados comerciais com Portugal,
mudaram não só a estrutura política, econômica e social do Brasil, mas também o
seu quadro religioso. Por causa da sua posição hegemônica, a Inglaterra
conseguiu vantagens não apenas econômicas, mas garantiu aos ingleses residentes
no Brasil a liberdade de terem suas próprias casas de adoração religiosa, mesmo
sendo o catolicismo a religião oficial. Tentativas protestantes de instalar-se
antes do século XIX no Brasil aprofundaram a intolerância religiosa já trazida
da península ibérica. A entrada de protestantes no Brasil após as invasões
holandesas no Nordeste (1624/1630-1650) foi fortemente proibida e fiscalizada,
sob alegação de “[...] alerta contra os hereges, isto é, calvinistas franceses,
reformados holandeses, anglicanos, protestantes alemães, etc.
A inserção e o estabelecimento do
protestantismo no século XIX forjaram uma nova identidade religiosa no Brasil.
No embate com o catolicismo-romano, o protestantismo e inversamente o
catolicismo-romano construíram suas identidades na différance, cada qual
delimitando fronteiras simbólicas através discursos em oposição ao outro. Desta
forma, as raízes da identidade do protestantismo brasileiro e do catolicismo
estão fortemente marcadas a partir da différance,
ou seja, do contraste: ser protestante significava simultaneamente não só ser
protestante, mas também ser anticatólico; inversamente, ser católico era também
ser antiprotestante.
Juridicamente,
somente a Constituição Imperial de 1824, após longos debates pelos
constituintes, começaria a alterar o rosto religioso brasileiro. O artigo da
Constituição rezava: “A religião católica apostólica romana continuará a ser a
religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto
doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma
exterior de templo.”.
A
condição jurídica inferior dos protestantes perdurou até a Proclamação da
República (1889) quando ocorreu a separação de Igreja e Estado. Contudo, pelo
menos já a partir das décadas de 1850/1860 os protestantes foram infringindo o
artigo da Constituição Imperial, colocando pequenos ornamentos externos em seus
templos. A construção de templos e ornamentos externos representava um clamor
pelo reconhecimento pela cidadania religiosa que lhes era negada.
Simultaneamente, a construção, era forma de expressar publicamente de sua fé e
testemunhar dela para as gerações vindouras.
A
Estigmatização do Protestante: A identidade do assim denominado “protestantismo
de imigração”, bem como a identidade católico-romana, foi construída na
diferenciação e interdependência com o “outro”. Assim, pode-se observar que
tanto a identidade protestante quanto a católico romana foram se caracterizando
pelo “anti”, ou seja, pela negação mútua. Velasques Filho caracterizou assim
esta relação: “O anticatolicismo passa a ser uma das grandes características da
pregação missionária protestante no Brasil. Não tardou a reação oficial da
Igreja Católica Romana através de panfletos e artigos em jornais e livros.”.
O
medo do catolicismo romano pela contaminação protestante fica bastante
evidenciado já quando da abertura do Brasil aos protestantes. Naquele momento,
percebendo ameaça à exclusividade católica e evidenciando medo de
“contaminação”, o núncio apostólico no Brasil, Lourenço Calepi procurou
convencer Dom João VI para que revogasse o Tratado de abertura dos portos às
nações amigas (1808) e restabelecesse a Inquisição para que a “heresia
protestante” (impureza) não se propagasse em solo brasileiro.
ECONOMIA NO BRASIL E NOS ESTADOS
UNIDOS (1808-1889)
Brasil – Independência do Brasil e
suas consequências na economia
Dos anos de 1760 até meados do século dezenove, a
economia brasileira ficou estagnada. Os preços e as quantidades das exportações
caíram. Em especial, a quantidade exportada de ouro foi muito pequena e os
preços do algodão e do açúcar permaneceram baixos.
A partir do início do século dezenove, as
exportações de café, até então um produto sem expressão, cresceram. Sua
produção aumentou, apesar da baixa lucratividade. Nessa época aconteceram
importantes mudanças políticas, como a abertura dos portos em 1808 e os
tratados firmados em 1810 entre Portugal e Inglaterra.
Por estes tratados, a Inglaterra teria o privilégio
de comercializar com o Brasil com tarifas preferenciais reduzidas. A
administração da colônia encarou isso como um limite à sua autonomia, que já se
encontrava em curso. Como consequência, o Brasil separou-se abruptamente de
Portugal em 1822 e passou a negociar diretamente com a Inglaterra.
O Brasil, ao tornar-se independente em 1822, sob a
direção de D. Pedro I, possuía uma economia voltada para a exportação de
matérias-primas. O mercado interno era pequeno, devido à falta de créditos e a
quase completa subsistência das cidades, vilas e fazendas do país que se
dedicavam à produção de alimentos e a criação de animais. Durante a primeira metade
do século XIX, o Estado imperial investiu pesadamente na melhoria das estradas
terrestres e detinha por sua vez, um memorável sistema de portos que
possibilitava uma melhor troca comercial e comunicação entre as regiões do
país.
A economia do Brasil era extremamente diversificada
no período pós-Independência, mas foi necessário um grande esforço por parte do
governo monárquico para realizar a transmutação de sistema econômico puramente
escravocrata e colonial para uma economia moderna e capitalista. Contudo, a
monarquia fora capaz de manter até o fim de sua existência o extremamente
notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então príncipe-regente
dom João, que governou de 1808 a 1822, ao Brasil. Isto foi possível, em parte,
graças ao liberalismo adotado pelo regime monárquico, que favorecia a
iniciativa privada.
Estados Unidos – Divergências entre
as economias do Norte e do Sul
A origem da divisão dos Estados Unidos da América em
"Norte" e "Sul" data dos tempos coloniais, quando a área
que atualmente constitui os Estados Unidos ainda era colónia de três países -
Espanha, França e Reino Unido. Primariamente, tais diferenças começaram devido
a diferenças geográficas na região das Treze Colônias britânicas.
No sul, os primeiros ocupantes da região encontraram
um clima quente e um solo fértil, ideal para o cultivo de tabaco. Grandes
plantações de tabaco foram cultivadas, e mão-de-obra escrava foi trazida em
grande quantidade do continente africano. Posteriormente, algodão e
cana-de-açúcar passaram a ser cultivados também nestes Estados. Rapidamente, a
agricultura sob o sistema de Plantation
e um estilo de vida primariamente rural passou a dominar os estados do Sul.
Enquanto isto, o clima frio e o solo rochoso dos
Estados do Norte mostraram-se pouco adequados à prática da agricultura. Isto
forçou os colonos desta região a procurarem outras fontes de renda como o
comércio e a manufatura, favorecendo assim a criação de grandes cidades
comerciais como Boston, Filadélfia e Nova Iorque - e, apesar de, no ano do
início da Revolução Americana de 1776, a maioria da população do Norte ainda
vivia em áreas rurais, a economia destes Estados já era baseada primariamente
no comércio e na manufatura.
Após a independência dos Estados Unidos, e até a
década de 1850, as diferenças entre o Norte (cada vez mais industrializado) e o
Sul agropecuário aumentavam gradativamente. Na década de 1850, os Estados
Unidos já haviam se expandido até seus atuais limites territoriais na América
do Norte (posteriormente, adquiriria o Alasca da Rússia, Havaí e outros
territórios ultramarítimos). Então, os Estados Unidos já estavam em uma fase de
rápida industrialização. Porém, o rápido crescimento econômico do país esteve
concentrado primariamente nos Estados do Norte. Este crescimento causou o
rápido crescimento populacional das cidades da região, gerando grandes avanços
na área de transportes e comunicações. Apesar do Sul também ter passado por
este processo, o progresso ocorreu muito mais lentamente do que no Norte.
Estas diferentes orientações acabaram
potencializando um confronto que primeiro se manifestou nas políticas fiscais,
agrárias e trabalhistas da nação. O interesse nortista era diretamente oposto
ao que os representantes políticos do Sul enxergavam ser necessário para o desenvolvimento
de sua economia.
Com relação às taxações alfandegárias, o norte
defendia a manutenção de taxas elevadas que pudessem conservar o
desenvolvimento industrial interno. Em contrapartida, os sulistas desejavam que
essas tarifas fossem reduzidas para que os produtos importados penetrassem sua
economia com mais facilidade. Tal interesse se dava principalmente porque a
região sul dos Estados Unidos não possuía um parque industrial desenvolvido.
Além disso, outra diferença se dava com relação às
políticas de acesso às terras localizadas a oeste. Os grandes burgueses
nortistas defendiam que as terras devolutas (que não possuíam dono) fossem
oferecidas a um baixo custo. A medida seria imposta com o objetivo de
desenvolver uma economia diversa e articulada com a criação de novos mercados
consumidores. Em contrapartida, os fazendeiros sulistas eram a favor de uma
política agrária mais rígida e concentradora de terras.
Contudo, a mais polêmica questão se desenrolava com
relação ao fim da escravidão nos Estados Unidos. Os industriários apoiavam a
proposta ao enxergarem nessa ação o surgimento de uma ampla camada de
trabalhadores assalariados que poderiam ampliar o mercado consumidor dos
produtos manufaturados. Em contrapartida, os fazendeiros do sul acreditavam que
essa mudança prejudicava o desenvolvimento de suas lavouras, que dependiam
exclusivamente do trabalho escravo.
A rivalidade entre os interesses díspares de
nortistas e sulistas culminou, mais tarde, na Guerra Civil Americana.
Brasil – O Ciclo do Café
“O
Ciclo do Café”: Período da história econômica do Brasil, compreendido entre
1830 e 1930, marcado pelo desenvolvimento da cultura do café, produto dominante
no comércio exterior do país e motivador da expansão da fronteira agrícola da
época.
Introduzido no Brasil por volta de 1727, o cultivo
do café atingiu um peso significativo no conjunto da economia nacional em
meados do século XIX; quando se tornou o principal produto de exportação.
Contribuíram pra isso o declínio da economia açucareira do nordeste e do
tabaco, a ruína da cultura do algodão e a decadência da mineração, que
liberaram grandes contingentes de mão-de-obra escrava e recursos financeiros
para serem empregados em atividades mais lucrativas, desenvolve-se a economia
cafeeira. Ao mesmo tempo, ocorria um aumento da demanda de café na Europa e nos
Estados Unidos, e a ruína da agricultura cafeeira de Java (devido a uma praga)
e no Haiti (por levantes de escravos), fatos que contribuíram para transformar
o Brasil no maior fornecedor do mercado mundial (desde 1840).
Como as
primeiras décadas após a Independência foram bastante inexpressivas em termos
de desempenho econômico, coube ao café à dinamização das exportações a partir
de 1830/40 e durante muitas décadas. Sendo a continuação do espírito mercantilista
que havia dominado a vida econômica brasileira durante mais de três séculos, o
café foi um sucesso, embora provocando distorções.
Até 1870, o
principal centro comercial e exportador do produto foi o Rio de Janeiro, pois a
principal área produtora era o Vale do Paraíba. Com o esgotamento das
possibilidades agrícolas da região, a expansão da cultura do café deslocou-se
para o Oeste paulista (região de Campinas); atingindo em seguida o Oeste Novo,
rumo a Ribeirão Preto e Araraquara. Então Santos tornou-se o principal centro
exportador do produto e expandiram-se as ferrovias.
O
desenvolvimento da economia cafeeira em São Paulo teve profundas consequências
para o conjunto da sociedade brasileira. A necessidade de mão-de-obra provocou
o incremento a migração de europeus (paralelamente a desagregação do trabalho
escravo) e as riquezas acumuladas na comercialização do café proporcionaram a
ampliação sem procedentes das atividades industriais, comerciais e financeiras.
No plano político, implantou-se a hegemonia de São Paulo, cujo papel foi
decisivo na proclamação da República.
Nota: Ao iniciar-se o século XX o Brasil detinha ¾ da
produção mundial de café e acumulava grandes estoques, configurando-se uma
crise de superprodução. Para enfrentá-las, os principais Estados produtores
(São Paulo, Rio de Janeiro e Minas gerais) reuniram-se em 1906 na Convenção de
Taubaté e estabeleceram um plano de valorização do produto (compra de toda a
produção, proibição do novos plantios, retenção dos estoques enquanto os preço,
não atingissem níveis adequados. Uma nova política de valorização, em nível
federal, foi implantada cai 1933 cora a criação do Departamento do Café (queima
de estoques, erradicação de velhos cafezais). Com o abandono dessa política no
Governo Dutra (1946/1951), sobreveio nova crise e em 1952 o governo Vargas
restabeleceu o controle criando o Instituto Brasileiro do Café (IBC), extinto
no Governo Collor. A partir de então, a participação do café no conjunto das
exportações diminuiu sensivelmente, e em meados da década de 70 os produtos já
suplantavam aquele produto com termos de produção de divisas. No inicio da
década de 80, o café participava com cerca de 10% do valor total das
exportações brasileira.
Estados Unidos – A “Guerra Civil
Americana” e a “Reconstrução”
A eleição de Lincoln, em 1860, determinou o início
da guerra, com a secessão do Estado da Carolina do Sul. À primeira vista,
parece que o problema da escravidão teria sido o mais importante para explicar
o conflito, mas na realidade a questão das tarifas é muito mais significativa.
Com efeito, a aprovação de tarifas protecionistas interessava à burguesia
industrial do Norte, mas prejudicaria tremendamente os latifundiários sulistas,
que teriam de pagar mais pelos produtos industrializados e poderiam receber
represálias dos ingleses, que lhes compravam matérias-primas.
O norte vence, e a escravidão é abolida, mas as
punições impostas aos perdedores após o assassinato de Lincoln, em 1865, criam
ressentimentos e fortalecem a discriminação racial. A guerra civil drenou os
recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O
custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. No sul, inúmeras fábricas,
estabelecimentos comerciais e residências foram destruídos e campos foram
queimados pelos soldados do Norte.
Nenhum programa governamental foi previsto para a
integração profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos da América. Este
perdeu toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos.
Os ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo
federal. Enquanto o conflito assolava os Estados americanos, a exportação de
algodão pelos Estados do Sul ao Reino Unido ficou altamente prejudicada - o
setor têxtil inglês a importar algodão de duas de suas colônias - o Egito e a
Índia, e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o
setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de
algodão".
A guerra civil norte-americana assumiu características
de uma verdadeira revolução social, por ter determinada a extinção do trabalho
escravo e impôs o regime de trabalho assalariado. Além disso, tirou do poder o
que restava da aristocracia agrária do Sul e abriu caminho para o pleno
desenvolvimento das atividades industriais e urbanas.
Ao eliminar alguns dos obstáculos para a expansão
das atividades econômicas, a Guerra de Secessão tornou-se ponto de partida para
um desenvolvimento sem precedentes da economia norte-americana. Mesmo durante o
conflito, a industrialização foi estimulada pela demanda de material bélico e
de meios de transporte rápido para as tropas. Em 1861, o governo decretou
medidas de proteção alfandegária que deram impulso decisivo ao crescimento
industrial. Em seguida, um decreto-lei de 1862 — a lei Homestead — promoveu a ocupação e a colonização das terras do
Oeste, garantindo um lote mínimo de terra a cada colono.
Essas medidas ampliaram a produção industrial e
agrícola, além de estimular o mercado de consumo com o enriquecimento dos pequenos
proprietários rurais. Ainda em 1862, o governo decidiu financiar a construção
de uma ferrovia transcontinental, atravessando o território do país de leste a
oeste.
Depois da guerra civil, houve também grande afluxo
de imigrantes europeus, destinados principalmente ao trabalho fabril. A oferta
de mão-de-obra crescia, pressionando os salários para baixo, numa época em que
ainda não existia legislação trabalhista.
Essas condições criaram a base para o
desenvolvimento da economia norte-americana. Em poucas décadas, a indústria do
país apresentaria o maior índice de crescimento mundial, produzindo
principalmente aço, fundamental para a expansão da malha ferroviária e da
indústria de base.
Ao romper o século XX, o empresário norte-americano
Henry Ford revolucionou a indústria automobilística com a implantação da
produção em série de automóveis. Com isso, os preços tornaram-se acessíveis a
amplas faixas do mercado. Ford ainda elevou os salários dos empregados de sua
empresa, a Ford Motor Company, fundada em 1903, alegando que os operários
deveriam ganhar o suficiente para comprar os produtos que fabricavam. Sua
política estimulou a expansão vertiginosa da indústria automobilística nos
Estados Unidos.
A produção em massa de automóveis, por sua vez,
permitiu o desenvolvimento de outros setores da economia, como a indústria
siderúrgica; a extração e o refino de petróleo, do qual os Estados Unidos têm
enormes reservas; a indústria de autopeças; a produção de pneus etc. Esse
"efeito cascata" desencadeado pela indústria automobilística
repercutiu também em outros ramos da produção, na expansão da oferta de
empregos e na ampliação do mercado.
Não demorou muito para que os Estados Unidos
assumissem a liderança entre os países do continente, ocupando o lugar dos
países europeus. A hegemonia recém-conquistada pelos norte-americanos seria
sintetizada pelo presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) na política do
grande porrete (ou big stick, em
inglês). Por essa política, os Estados Unidos se propunham intervir — mesmo
militarmente —, sempre que julgassem necessário, nos assuntos internos dos
países latino-americanos. Consagrava-se, assim, uma tendência em crescente
expansão, não só nos Estados Unidos, mas também entre as grandes potências
industriais, como a Inglaterra. Essa tendência seria chamada mais tarde de
imperialismo.
HISTÓRIA COLONIAL
Brasil Colônia
Brasil Colônia ou Brasil colonial foi o período
colonial brasileiro da forma definida pela historiografia, em que o território
brasileiro era em uma colônia do império ultramarino português. Foi marcado
pelo início do povoamento (fim do período pré-colonial brasileiro, em 1530) e
não do descobrimento do Brasil pelos portugueses, se estendendo até a sua
elevação a reino unido com Portugal, em 1815.
De observar que o termo "Brasil Colônia" é
anacrônico, uma vez que os títulos oficiais do Brasil durante aquele período
foram os de "estado" e mais tarde "reino", nunca sendo
referido oficialmente como "colônia".
A economia do período foi caracterizada pelo tripé
monocultura, latifúndio e mão de obra escrava, e apesar das grandes diferenças
regionais, manteve-se, no período colonial, a unidade linguística e formou-se o
povo brasileiro, junção e miscigenação de europeus portugueses, africanos e
ameríndios, formando uma cultura autóctone característica. Esta foi uma colônia
de exploração.
Colônia de
exploração - As ‘colônias de
exploração’, eram onde as metrópoles tinham como interesse apenas explorar os
recursos naturais da colônia para enriquecer e levar todo lucro a seu país de
origem. Neste caso não há preocupação com a terra colonizada.
Um exemplo de colônia de exploração foi o Brasil,
pois a Coroa Portuguesa, percebendo o potencial de lucro dos recursos naturais
brasileiros e a mão-de-obra indígena, aplicou o seguinte sistema de
colonização: ocupou o país com representantes do interesse da metrópole, assim,
criaram leis, obrigações, impostos e instituições que somente atendiam os
interesses da metrópole. Sendo assim, os colonizados não tinham a ínfima
autonomia para exigir seus direitos ou impor suas vontades contra a Coroa.
Do ponto de vista econômico, a colônia visava
explorar de imediato as regiões mais favorecidas para atividades agrárias
rentáveis. O objetivo dos portugueses era apenas um retorno rápido de lucro que
suprisse as demandas do mercado europeu. Então, o desenvolvimento local e os
habitantes da colônia ficavam em segundo plano.
Para facilitar, uma colônia de exploração possui
basicamente cinco características principais, que ficaram conhecidas por plantation. São elas: Latifúndio, as
terras eram distribuídas em enormes propriedades; Monocultura, toda a produção
era para suprir as necessidades do mercado exterior; Havia um produto principal
e toda produção acontecia em torno dele (caso do açúcar, café e borracha no
Brasil); Esquecimento do mercado interno, com enfraquecimento das atividades
comerciais; Trabalho escravo, com utilização dos negros.
Para ilustrar, na letra do cantor e compositor
brasileiro Bêca Arruda, é possível notar os princípios das colônias de exploração
aplicados no Brasil e em outras nações.
“Perguntas já existiam antes de eu
nascer
Como o ser humano foi aparecer
Pessoas pensavam só em vencer
Como ganhar dinheiro e estar no poder
Tribos de índios desapareciam
E as selvas de pedra se construíam
Revolução industrial e desenvolvimento
Começavam a surgir os devastamentos
Vindo da Europa e de suas naus
Explorando o Brasil, tendo lucro total”.
(Música: Colônia de Exploração / Bêca
Arruda)
Período colonial dos Estados Unidos
A América do Norte é habitada por indígenas no fim
do século XV, quando Cristóvão Colombo chega ao continente. Entre os séculos
XVI e XVII, espanhóis exploram a Flórida e o Colorado e franceses criam
assentamentos ao longo do vale do Mississipi. Holandeses fundam a colônia de
Nova Amsterdã – tomada em 1664 pelos ingleses e rebatizada como Nova York.
Antes, os britânicos ocupam ao leste a Virgínia, Massachusetts, Connecticut e a
Pensilvânia. Para trabalhar em suas colônias, negros são trazidos da África
como escravos a partir de 1619.
Colônia de Povoamento - Os Estados Unidos foram uma colônia de povoamento,
pois recebeu refugiados de guerra que lá trabalharam e geraram frutos. A
‘colônia de povoamento’, tinha como objetivo desenvolver a terra com habitação,
criando formas de comércio e ampliando as estruturas básicas da colônia
(criação de escolas, hospitais, etc.) Porém após esse período ele acabou
desenvolvendo-se e tornando-se uma potência mundial.
Para
facilitar ainda mais, a colonização de povoamento tinha características bem
particulares, entre elas: Devido a uma colonização de médias e pequenas
fazendas, os colonos trabalhavam e desenvolviam os locais, gerando prosperidade
econômica. Tudo que era feito servia a colônia internamente, a produção
agrícola regia a economia; Liberdade para o trabalho; Autonomia comercial, não
sendo totalmente dependente da metrópole; Independência política e atitude
libertadora de seus membros; Reunião de trabalhadores em assembleias para
discutir o futuro da terra; Eram colônias atípicas - não ajudavam na balança
comercial e não interessavam tanto à metrópole; Os seus produtos eram
semelhantes aos da metrópole; Comércio produzia para mercados internos e
externos; Fixação do homem ao solo - necessidade de criar escolas, igrejas,
fábricas, comércio e etc.
ESCRAVIDÃO
A escravidão é a prática social em que um ser humano assume os direitos de propriedade sobre
outro denominado como escravo,
ao qual é imposta a condição por meio da força. Em algumas sociedades,
desde os tempos antigos, os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam
conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a
procedência e o destino.
No Brasil, a escravidão teve início com a
produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os
negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra
escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. O transporte era feito
nos porões dos navios negreiros e ficavam amontoados em condições desumanas,
muitos morriam antes de chegar aqui, e seus corpos eram lançados ao mar.
Nos Estados Unidos da América a escravidão inicia-se no século XVII, quando práticas escravistas similares às ocorridas no Brasil sao
utilizados pelos espanhóis e portugueses em colônias na América Latina. Apesar de o tráfico de escravos ter
sido proibido em 1815, o
contrabando continua até o ano de 1860, enquanto isso, no norte crescia a
campanha pela abolição. A guerra civil que se segue, deixa um saldo de milhares
de mortos e uma legião de negros marginalizados. Nenhum programa governamental
é previsto para sua integração profissional e econômica. O sul permanece
militarmente ocupado até 1877,
favorecendo o surgimento de sociedades secretas como que empregam a violência
para perseguir os negros e defender a segregação racial. O tratamento
dos escravos nos estados unidos varia amplamente, dependendo das condições, os
tempos e lugares. O tratamento foi geralmente caracterizado pela brutalidade,
degradação e desumanidade. Chicotadas, execuções, estupros eram comuns.
Nas fazendas brasileiras de açúcar ou nas
minas de ouro, os escravos eram tratados da pior forma possível, trabalhavam de
sol a sol, recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima
qualidade, dormiam em senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e
eram acorrentados para evitar fugas. Proibidos de praticar sua religião de
origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos, tinham que
seguir a religião católica. Porém, muitos escravos realizavam seus costumes
escondidos.
O
norte em expansão econômica graças à industrialização possuía uma proteção ao
mercado interno e à mão-de-obra livre e assalariada, e o sul numa economia
baseada na plantação e no escravismo. Assim, norte e sul diferem-se na medida
em que o primeiro possui um progresso econômico qualitativo (retorno dos luvros
à produção), e o sul, por sua vez, ao dirigir seus lucros em escravos e terras,
possui um progresso econômico quantitativo, levando em consideração a baixa
produtividade da mão-de-obra escrava.
Após a
Revolução Americana (1775-1783), todos os estados do
Norte dos Estados Unidos aboliram a escravidão.
No entanto, o comércio de
importação ou exportação de escravos tornou-se ilegal sob a lei dos EUA em
1807.
Na década de 1850 no Sul
foi vigorosamente defendida a escravidão para a expansão dos territórios.
Compromissos foram tentados e
falharam, e em 1861 estados escravistas se separaram para formar os
Estados Confederados da
América.
Para derrotar a
Confederação, a União em 1862 fez a abolição de toda a escravidão um objetivo
de guerra, que foi alcançado em 1865.
Todos
os escravos foram libertados e os proprietários receberam nenhuma compensação.
Em 1° de janeiro de 1863, nos Estados
Unidos, o presidente Abraham Lincoln assinou o Ato de Emancipação. O ponto
central da lei foi a libertação de cerca de 4 milhões de escravos negros.
A partir da metade do século XIX a
escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em
ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês
aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845),
que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e
aprisionarem navios de países que faziam esta prática.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas
e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de
setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos
filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era
promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais
de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em
13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
Relatório
Final
O
tema do trabalho foi: Brasil e Estados Unidos durante os anos 1808-1889. O
grupo ficou composto por quatro pessoas, onde nós subdividimos por temas, para
realizar a pesquisa: Religião - Ana Laura; Formas de governo: Júlia; Economia e
Historia Colonial: Keroli e Escravidão: Lara.
Em
relação a problemas com o grupo, o único fato foi em relação à pesquisa que a
Ana Laura fez falando sobre a religião, pois não tinha coerência e sentido com
o tema e a época (1808 a 1889). Como nós optamos por não apresentar, mas sim
focar na pesquisa, o restante dos integrantes do grupo - Julia, Keroli e Lara, fizeram
uma nova pesquisa sobre a religião.
As
fontes de pesquisa foram a internet, a revista, livros e pesquisa de
bibliotecas, além da ajuda que o senhor professor nos concedeu.
A
maior dificuldade foi em relação às pesquisas sobre os Estado Unidos, pois os
temas eram bem difíceis de serem abordados de forma objetiva e algumas
informações eram vagas. Mas apesar de tudo, ficamos felizes com o resultado e
esperamos ter feito um bom trabalho.
Referências
na Internet: